Olá caros colegas engenheiros (as) florestais de todo Brasil!
Estou de volta, e hoje daremos continuidade a quarta parte da série de Instruções Técnicas para Exploração Florestal de Impacto Reduzido voltado para Floresta Nativa, especificamente para Floresta Amazônica.
Nesta parte, quero abordar o Planejamento e Construção das Estradas , dentro da AMF (Área de Manejo Florestal). Nesta etapa, é que iremos definir a disposição e distribuição das estradas na área que será manejada.
Em primeiro lugar, toda a infraestrutura deve ser construída preferencialmente no período da estiagem, no caso da região amazônica e no mínimo 1 (um ) ano antes da exploração, isso é para gerar mais estabilidade e a compactação do solo nas estradas e pátios.
No planejamento, observe as condições da floresta, como: relevo, áreas de preservação permanentes, vale ressaltar que estas observações devem ser realizadas durante o inventário (microzoneamento).
Estradas Secundárias
As estradas secundárias servem para minimizar a distância das trilhas de arraste até os pátios de toras, facilitando o trabalho da máquina e o desempenho das equipes.
É recomendado, que as estradas secundárias fiquem equidistantes 500 metros uma das outras. O planejamento deve obedecer sempre o caminho de menor resistência, ou seja, evitando local onde há muita concentração de árvores remanescentes, matrizes, grotas e cursos d’água. É importante durante o planejamento sinalizar os obstáculos encontrados (troncos caídos) para serem traçados durante a construção da estrada.
Depois de sinalizado, todo percurso que o tratorista irá fazer para execução da estrada, a lâmina da máquina deve estar com a lâmina suspensa, para quebrar toda vegetação ao longo da sinalização. Isso deverá ser realizado a cada 200 metros, após isso o tratorista deve retornar aos ao início do 200 m, para o ajudante traçar os troncos menores, derrubados.
O trator deve retornar ao trajeto já suprimido, dessa vez empurrando o material para os lados da estrada. Não pode acumular material em um único lado.
Logo em seguida o trator deverá, retornar novamente ao ponto inicial do trajeto, mas dessa vez com a lâmina baixa, para realizar a raspagem do solo. Essa raspagem não pode ser muito profunda (10-15 cm).
Concluído o primeiro trecho, o tratorista deverá prosseguir com os mesmos procedimentos técnicos, até a conclusão da estrada planejada.
Estrada Principal
Para o planejamento e construção da estrada principal, deve-se seguir as mesmas recomendações técnicas que se adotou para o planejamento e execução das estradas secundárias. No entanto, a estrada da principal será de 6 metros de largura.
Nivelamento e Acabamento da Estrada
Concluído a abertura da estrada, vamos para o nivelamento e acabamento da mesma, para isso o operador deverá passar a máquina de 2 (duas) a 4 (quatro) vezes, dependendo do terreno. Como as estradas obedecem não cortar profundamente o solo, é necessária a limpeza para retirada de cipós, raízes e troncos de árvores que ficaram ao longo da estrada depois do acabamento.
Isso irá proporcionar um tráfego seguro dos pneus dos veículos durante o transporte da madeira. Vale lembrar que as estradas secundárias obedecem uma largura preferencialmente de 4 metros.
Ressalta-se também a construção de saídas de água em cada lado da estrada evitando-se com isso a erosão, bem como no cruzamento com corpos d’água. Devemos nos atentar para construção de pontes com o cuidado de evitar desbarrancamento de suas margens e evitar o assoreamento e represamento das águas.
Para finalizar colegas florestais, o planejamento das estradas , tem como principal objetivo, minimizar os danos causados à floresta durante a construção das mesmas.
Na próxima postagem aqui no blog, irei abordar o planejamento e a construção dos pátios de estocagem.
Muito obrigado e Abraços Florestais!!!